Um negócio inovador nem sempre precisa contar com as próprias pernas para crescer, quanto mais promissora foi a ideia, quanto maior for a capacidade de fazer acontecer do empresário, quanto maior a tração (crescimento constante e consistente), mais investidores vão surgir. O objetivo deles é o mesmo do seu, fazer o negócio decolar, conseguir os primeiros milhões e crescer até a abertura de capital na bolsa de valores.

Investidores anjos, incubadoras e aceleradoras surgem no caminho da sua empresa dispostos a alavancar o seu negócio.

Investidor anjo é a pessoa que investe o próprio dinheiro no seu negócio e fica com uma porcentagem da sua empresa. Quando o empresário buscar um investidor anjo, ele não deve pensar só no dinheiro, é crucial que ele pense no Smart Money, que é tentar trazer no pacote o dinheiro, um investidor que tenha expertise complementar ou que ofereça mentoria, normalmente ligada ao empreendedorismo, finanças, mercado e network, para que se possa conectar o negócio a clientes importantes em potencial.

 

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Incubadora é um ambiente protegido para negócios que acabaram de nascer e que talvez não resistiriam se estivessem expostos diretamente ao mercado. O trabalho da incubadora é estruturar a empresa, dar apoio jurídico e colocar os empresários em contato com investidores. No Brasil, já existem muitas incubadoras nas universidades públicas. O aluno tem uma ideia de um produto ou serviço, desenvolve no laboratório e, sem sair da universidade, já “pula” para o espaço de incubação.

Aceleradoras são espaços que acolhem startups em uma fase um pouco mais adiantada, que já têm um MVP (produto minimamente viável), que já tem clientes e que, muitas vezes, já estão até faturando. A aceleradora, como o próprio nome diz, vai ajudar no crescimento mais rápido do negócio. Os empresários, muitas vezes jovens inexperientes no campo dos negócios, recebem orientação e auxílio para o amadurecimento da empresa e para a organização dos processos.

Existem muitas aceleradoras no mercado brasileiro. Muitas delas pertencem a empresas grandes e consolidadas que procuram startups com sinergia com o seu negócio. A ideia é que, se aparecer uma startup que vai engolir o seu negócio, que ela pelo menos nasça dentro do seu quintal. Dessa forma, a empresa já adquire ou vira cliente ou vira parceira.  Grandes empresas têm uma dificuldade dantesca para mudarem o seu dna e se tornarem inovadoras e ágeis. É mais fácil separar uma equipe dos processos engessados ou incubar.

Um cuidado que o empreendedor tem que ter é para que uma vultuosa quantidade de dinheiro que eventualmente entre na empresa em estágios iniciais, não a mate. Isso pode acontecer porque dá ao empreendedor uma falsa sensação de segurança já que estão com dinheiro em caixa, mas é muito perigoso pensar assim, o dinheiro do investidor deve ser usado em estratégia de crescimento sustentável. Isto é, o custo de aquisição de cliente (CAC) não deve ser elevado, deve estar dentro de um patamar viável economicamente, o lucro gerado por aquele cliente deve ser maior que o seu cac.

 

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Quanto mais maduro estiver o negócio, quanto mais escalável for (capacidade de crescimento rápido onde o faturamento cresce muito mais rápido que as despesas) mais valorizada a sua empresa vai ser para os investidores ou aceleradoras. Portanto, não é recomendável procurá-los em um estágio muito inicial, a não ser que você não tenha condições nenhuma de caminhar com as próprias pernas.

Quem aposta em startups, quer obter o retorno do seu investimento durante a saída (de preferência muitas vezes mais o valor investido). A saída é quando o investidor anjo ou aceleradora vende sua participação para um fundo de investimentos ou uma vc (venture capital). Neste momento, a empresa já está com um crescimento robusto e consistente e o aporte de capital pode chegar na casa dos milhões.

O tamanho da mordida de cada parceiro varia bastante. A incubadora normalmente dá a menor mordida, gira em torno de 3 a 5% por usar o espaço e pela mentoria. Nem sempre dão dinheiro. A aceleradora dá uma mordida maior, fica em torno de 5 a 20% por 100 a 200 mil reais. E o investidor anjo pode pedir até 50% do seu negócio se ele for um parceiro muito estratégico e dependendo do volume de trabalho que ele vai ter também. Para isso, ele poderá lhe dar de 100 mil a um milhão de reais ou mais. Porém, ele sabe que não deve dar uma mordida muito grande para não correr o risco de desestimular o empresário.

 

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Tanto as incubadoras quanto as aceleradoras evitam empresas concorrentes dentro do mesmo espaço, elas tentam colocar negócios com sinergia que podem um ajudar alavancar o negócio do outro ou até se fundirem.

A participação das incubadoras e aceleradoras no Vale do Silício é menor, porém, os empresários são mais bem preparados, as vezes já faliram uma ou mais empresas e isso é muito valorizado por lá.

Apesar das incubadoras ou aceleradoras morderem uma porcentagem da startup, a disputa para entrar em seus espaços é acirrada. Por exemplo, no último ano, 460 startups tentaram uma vaga na 21 212. As startups com ideias inovadoras, escalabilidade e times coesos e com expertises complementares são preferidas.

Uma delas teve uma ideia bastante interessante, disponibiliza em seu site pontas de estoque que não interessam mais para os comerciantes. A fundadora explica que não tinha recursos e não tinha uma rede de contatos e foi por isso que decidiu ser acelerada pela 21212.

Dentro de uma aceleradora, os empresários têm também a oportunidade de falar sobre seus negócios para possíveis investidores anjos pois, os espaços de aceleração organizam eventos e convidam pessoas interessadas em investir em startups. São os famosos pitchs.

 

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O mercado de aceleradoras cresceu muito no ano passado. Os parques tecnológicos também. São por volta de 40 hoje no Brasil.  Porém, um número grande não é necessariamente certeza de nascerem muitos unicórnios (startups que valem mais de 1 bilhão de dólares). Um ambiente onde você tenha diversidade, capital abundante e universidades alinhadas com o mercado, parece ser propício para o nascimento dessas empresas que são o sonho de consumo de todo investidor anjo.

A 21 212 comemora o fato de que 65% das empresas que passaram pelo seu espaço já estarem faturando. Mas dá um alerta: se as ideias não vingam, não tenha apego com o produto ou serviço, o mercado e o cliente são soberanos, pivote (mude o produto ou mude o negócio inteiro mesmo). Pode até ser que o produto seja bom mas o empresário pode ter errado no timing. E, quanto mais rápido a gente toma essa decisão de não continuar insistindo em um mercado que não parece ser tão promissor quanto parecia no campo das ideias, melhor para todo mundo. Isso fica bem claro no livro Startup Enxuta do Eric Ries. Um mote no Vale do silício que respalda essa afirmação é, erre rápido e aprenda rápido com o erro. Se você não tem vergonha do seu primeiro produto é porque lançou tarde demais.

 

 

O ecossistema brasileiro está se desenvolvendo. Alguns políticos acordaram para a importância de fomentar esse setor. Foi aprovada a lei da liberdade econômica. Há alguns anos foi aprovada outra lei que exime o investidor anjo da responsabilidade direta com a empresa que ele investiu.  O governo federal está apoiando através do programa Startup Brasil. Enfim, são decisões acertadas que estão ajudando a tornar o ambiente de negócios menos hostil no país.  

As startups não precisam necessariamente inventarem um produto completamente novo. Elas podem melhorar um processo. Como é o caso de uma que diz que consegue entregar duas casas populares por dia utilizando a mão de obra de 4 homens. Seu fundador identificou os gargalos de uma obra e otimizou os processos.

O empresário de uma startup não raras vezes vende sua participação em uma das rodadas de investimento e se depara com um dilema. Com a pergunta: E agora? O que vou fazer da vida? Parte desses empresários empreende outro negócio, parte vira investidor anjo. Nesta fase, ele já vai estar muito mais experiente e com dinheiro no bolso então por que não ajudar a outro jovem que está começando? Assim, o ciclo se completa. 

 

Investidores da Nova Generação

 

Um estudo do CB Insights traçou o perfil da próxima geração de investidores. Segundo eles, em 2030, a geração millennial terá 5x mais dinheiro – resultado de uma “transferência geracional” que já começou. 

Para os que já estão de olho nesses investidores, três pilares são essenciais: marcado, produto e liquidez. Além disso, a geração busca soluções digitais mais nichadas e de fácil usabilidade. Design e funcionalidade são itens-chave para atrair os investidores da próxima geração. Assim como bancos digitais totalmente manejáveis via celular. 

 

Não cometa os mesmos erros

 

E, falando nele… nesta semana, Steve Blank (autor que falamos no podcast dessa semana) publicou
um texto rico em dicas para empreendedores em busca de fundraising. O mote é: como
convencer investidores de que você é o próximo Facebook e não o próximo Friendster
(rede social pouco conhecida por aqui, e um fracasso mundial). Ou seja, como entrar em um
mercado que coleciona inúmeras startups que falharam – mais ainda: como convencer que sua
startup não será mais uma.

Imaginem uma cena constante: empreendedores chegam com muita energia, na certeza de que têm nas mãos a próxima grande ideia. Investidores, que analisam inúmeros pitch decks – e já acompanharam alguns (ou muitos) que não deram em nada -, reviram os olhos na impressão de que já viram aquilo antes. 

“Ignorância do passado e desdém pelo status quo são parte do como a inovação acontece”, diz Blank no texto. E o combustível para mover toda essa mudança são os empreendedores, investidores anjo e o venture capital. Por isso, ele dá dicas – questionamentos, na verdade – de como evitar ser visto como mais um futuro fracasso.

  • Quais empresas já se aventuraram nesse segmento?
  • Por que algumas delas falharam?
  • Quais investidores perderam muito dinheiro com elas? Dica: vale a pena ficar longe destes...
  • Como o mercado, as tecnologias e o comportamento evoluiu desde então?
  • Qual é o insight que faz a startup única?
  • Quem mais pode ser encarado como player no segmento direto ou adjacente? Dica: aqui 
    vale mais uma análise job to be done do que uma matriz de segmentação
Para aprofundar em como se diferenciar no momento do pitch, clique aqui!

 

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