1 – Indicação

 

Estreou nesta semana, na Netflix, um documentário dividido em três episódios sobre o Bill Gates. O Código Bill Gates dá um ponto de vista diferente da história do fundador da Microsoft, abordando projetos da Fundação Bill e Melinda Gates, pessoas importantes em sua trajetória, como sua mãe a própria Melinda, e – o mais genial – um retrato de como funciona sua mente e os raciocínios e métodos que o levam a buscar soluções para questões da humanidade. Eu recomendo fortemente.

2 – Cuidado Netflix

A Netflix ficou conhecida no mundo por oferecer a um preço acessível um catálogo de filmes e séries imenso para você ver e rever quando quiser.

Ela acabou com o que consideramos hoje uma chatice: a burocracia que era alugar um filme:

  • Ir à locadora;
  • Alugar o filme (não muitos, porque era caro);
  • Assistir assim que chegasse em casa (você tinha 24h para devolver);
  • E devolver no horário (no caso de VHS, ele deveria estar rebobinado), senão era multa por atraso.

Os mais espertos iam aos sábados, ficavam domingo inteiro com o filme e devolviam só na segunda-feira. Como a estratégia era conhecida, se você não chegasse cedo, não acharia nenhum lançamento disponível.

Tudo isso pode parecer velho e ultrapassado, mas não faz tanto tempo assim. Em 2004 a Blockbuster tinha 9.094 locadoras espalhadas pelo mundo e 84 mil funcionários.

Atualmente, tem apenas 1 loja em funcionamento — em Oregon, nos EUA.

O mesmo vento que tombou essa gigante parece estar soprando de volta para quem a derrubou.

A Netflix teve dois grandes momentos de virada na sua história:

Em 2007 quando mudou seu modelo de assinatura para streaming e em 2013 quando produziu sua primeira série: House of Cards.

Isso ocorreu porque o CCO (Chief Content Officer), Ted Sarandos, queria que a Netflix “virasse a HBO antes que a HBO virasse a Netflix”.

Acontece que, agora, a HBO e vários outros conglomerados de mídia querem — e estão aprendendo a — ser a Netflix.

Serviços como Disney+, Apple TV+, NBC Universal e HBO Max prometem se unir para virem com tudo para cima da rainha do streaming já em 2020.

A série The Big Bang Theory se tornou uma das séries mais caras do mundo. O programa foi comprado pela WarnerMedia (que também adquiriu os direitos da série Friends, até então pertencente à Netflix) por 500 milhões de dólares em cinco anos. A série vai fazer parte do streaming HBOMax, que terá um mega cardápio de produtos da Warner, HBO e outros nomes. 

Como isso afeta a Netflix?

A Netflix é uma locadora online, e, mesmo com produções próprias, ela ainda tem milhares de itens em catálogo que não são dela.

São esses filmes e séries que as concorrentes querem pegar de volta, já que terão seus próprios streamings para distribuí-los.

O que a Netflix perde com isso? Esses conteúdos representam mais de 40 por cento do que os assinantes consomem na plataforma atualmente.

Confira como as principais concorrentes pretendem tirar o sono da Netflix ano que vem:

Apple TV+ (Novembro/2019):

Está investindo mais de 6 bilhões de dólares em conteúdo original para concorrer com a Netflix.

Steven Spielberg confirmado com série exclusiva.

Preço: 9,99 dólares

NBC Universal (2020):

Tem o Saturday Night Live no catálogo.

Vai tirar o The Office do Catálogo Netflix (a série teve mais de 52 bilhões de minutos assistidos na plataforma em 2018).

Preço: não divulgado

Disney+ (2020):

Pixar, Disney, Star Wars, National Geographic, todas as temporadas dos Simpsons e conteúdo da Fox, todo conteúdo e filmes da Marvel Studios.

Preço: 6,99 dólares

HBO MAX (2020):

O streaming pertence à Warner Média, que é dona de mais de 40 canais de mídia. Incluindo HBO, Warner Bros, CNN, Cartoon Network, grupo Hanna Barbera, TCM, TNT, TBS, Adult Swim, Boomerang, New Line Cinema e muito mais.

Preço: não divulgado

As duas últimas da lista prometem ser as maiores rivais da Netflix. Uma por ter o conteúdo da Marvel Studios, e a segunda por causa do “canhão” de conteúdo que tem à disposição.

A HBO sempre foi respeitada por criar conteúdos originais de alta qualidade, e trazer isso com mais de 40 canais de entretenimento é um atrativo e tanto enquanto o catálogo da Netflix fica cada vez menor conforme a concorrência avança.

Especialistas acreditam que a HBO MAX tem grandes chances de se tornar a próxima rainha do streaming.

Mais concorrência chegando

Como se não bastasse, o canal de vídeos do Facebook, o Watch, alcançou a marca de 140 milhões de viewers diariamente. Parte desse resultado se deve a investimentos em conteúdo com nomes do entretenimento e esporte americano (como Stephen Curry e Jada Pinkett-Smith). Agora falta só cativar o resto dos 1,56 bilhões de usuários.

 

3 – Puffs or Frosties?

 

Já viu Bandersnatch, o filme interativo da Netflix em que você escolhe as decisões do protagonista? (Se não viu, veja). Pois bem: por questões envolvendo a GDPR, lei geral de proteção de dados europeia, a companhia é obrigada a reter todos os seus dados – o que inclui as decisões que você toma na jornada.

 

4 – Longe da meta

 

Na expectativa de ganhar mais 5 milhões de usuários no segundo quarto de 2019, a Netflix teve que se contentar com pouco mais de 50% de atingimento da meta, com apenas 2,7 milhões clientes novos. Esse anúncio fez com que as ações do serviço de streaming caíssem 10%. 

A pior notícia: as séries Friends e The Office, dois dos maiores hits do catálogo, ainda seguem disponíveis. O que poderá acontecer com a saída das atrações em 2020?

Para o CEO Reed Hasting, o conteúdo do Q2 não atraiu tantas pessoas quanto eles previam. O site Recode entende isso como um “o conteúdo proprietário Netflix não atrai tanto quanto aqueles de outras grandes produtoras”. E a tendência é a competição ficar ainda mais acirrada quando grandes competidores como Disney e Warner lançarem seus próprios serviços de streaming. 

Outra possível causa é o aumento de preços – o valor da assinatura subiu US$ 2 nos EUA. O acréscimo no valor ainda vai chegar em regiões como Espanha, França e Alemanha. Segundo Hasting, a falha no forecast foi em todas as regiões, mas especialmente nas que viram os preços do serviço subir.

 

5 – A chegada da Amazon Prime

 

Por 9,90 reais ao mês, a Amazon irá oferecer frete grátis em compras e acesso aos seus streamings de vídeo e música (o equivalente ao Spotify).

Brazil Loves Netflix

No Brasil a Netflix é a queridinha com 8 milhões de assinantes únicos.

Tornando-se o terceiro maior país do mundo em número de usuários, atrás do Reino Unido e dos Estados Unidos.

De 2017 a 2018 o número de assinantes cresceu 23 por cento no Brasil, mas esse ano o crescimento vai ficar nos 14 por cento, segundo análises da eMarketer.

E as análises só pioram: a eMarketer estima que em 2022 o mercado brasileiro cresça apenas 2,5 por cento.

O motivo pode ser o aumento no preço da assinatura, que também fez mais de 120 mil americanos cancelarem suas assinaturas só neste ano.

Com a concorrência e o catálogo da empresa diminuindo consideravelmente em 2020, esses números tendem a piorar ainda mais.

A Guerra dos Streamings está prestes a começar, e quem irá ganhar com tudo isso somos nós, clientes, que teremos mais opções à disposição a um preço mais competitivo.

Parece que a HBO (e a Disney, e a NBC…) finalmente está virando a Netflix, como Sarandos tanto temia…

A Netflix é uma das empresas que mais inspiram executivos e empreendedores no mundo todo.

Como ela derrubou a Blockbuster, reinventou seu modelo de negócio e se tornou uma das empresas mais valiosas do mundo é a prova de que empresas menos preparadas para a Transformação Digital devem se preparar para o Futuro (que já chegou).

Entretanto, se até ela está precisando se reinventar nos próximos anos para não perder mercado para as novas e obstinadas concorrentes…

Que chance empresas tradicionais têm nesse mercado que está mais rápido, concorrido e tecnológico?

 

Fontes: Starse e ACE

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