1 – Revés?

 

E parece que as startups de coworking têm enfrentado um período de retração no mercado, após um de forte período de crescimento exponencial. A Knotel, rival da WeWork, confirmou na última semana, que iria dispensar em torno de um terço de seus colaboradores. No último trimestre de 2019 a ocupação de seus espaços caiu 80%. Isso, sendo que seis meses antes a startup havia recebido um aporte de US$ 400 milhões, atingindo um valuation de US$ 1,6 bilhões. 

 

2 – Cara, cadê minha bike?

 

Foi anunciado essa semana que a Grow, a junção dos patinetes e bicicletas Yellow e Grin, irá efetuar uma reestruturação nas operações brasileiras. Momentaneamente, todas as bicicletas foram tiradas de circulação, e a empresa declarou que, durante este período de ajustes, também estará em busca de parcerias públicas e privadas para expandir sua atividade. O objetivo é buscar uma maior sustentabilidade e oferecer seus serviços de forma estável, eficiente e segura.

As operações em cidades como Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Florianópolis e Goiânia serão encerradas. Os patinetes desses mercados serão levados às localidades onde a Grow continuará oferecendo o serviço: São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

“Planejar essa reestruturação nos colocou diante de decisões difíceis, porém necessárias para aperfeiçoar a oferta de nossos serviços e consolidar a nossa atuação na América Latina. O mercado da micromobilidade é fundamental para revolucionar a forma como as pessoas se locomovem nas cidades e continuamos acreditando que esse mercado tem espaço para crescer na região”, disse em nota Jonathan Lewy, CEO da Grow.

A Grow é a terceira maior companhia de micromobilidade do mundo e está em 7 países atualmente.

 

 

3 – Transformação digital é um fenômeno passageiro?

 

Pedro Weingertner e seus colegas, Victor Navarrete e Jair Romano, acreditam que a Transformação Digital está no topo da agenda dos executivos brasileiros – principalmente aqueles que se preocupam com a sustentabilidade do negócio. Muito se fala sobre o tema, e ainda existe muita divergência sobre o seu real significado, aplicação e impactos na estrutura da empresa. Vamos explorar alguns deles?

Transformação Digital não envolve somente a adoção de tecnologias na empresa. Vai muito além. Antes de tudo, acreditam que a seguinte questão merece reflexão: a sua empresa quer ser ou estar digital? Precisamos começar com um propósito para a mudança (que pode variar de uma organização para outra), só assim, o resto do processo fará sentido.

É importante ressaltar também que durante o processo de Transformação Digital o cliente deve estar sempre no centro. Identificar sua dor, sua insatisfação, ou como podemos melhorar sua experiência. 

Devemos usar essa experiência com nosso produto/serviço para nos guiar no processo de melhora agregando cada vez mais valor para o cliente.

 

4 – RH em destaque

A Kenoby, startup de recrutamento e seleção digital fundada em 2015, anunciou esta semana que recebeu um aporte de 20 milhões de reais do fundo de investimento brasileiro Astella, que tem em seu portfólio empresas como a Omie e Resultados Digitais.  A companhia pretende usar o capital recebido para desenvolver novos produtos de inteligência artificial e contratar cerca de 150 novos funcionários. 

 

5 – No pain, no gain

A startup fitness ClassPass malhou muito para chegar ao patamar que está hoje. A empresa, após receber um aporte de $285 milhões, chegou a um valuation de US$1 bilhão, o que a tornou oficialmente um unicórnio.

A empresa disse que por hora não tem interesse em abrir capital. O dinheiro do aporte será utilizado para alavancar sua expansão e melhorar suas parcerias com empresas privadas que fornecem o ClassPass como benefício aos funcionários.

Payal Kadakia, fundadora da empresa, contou à CNN Business que investir na expansão do ecossistema fitness, incluindo aqueles de exercícios em casa, é vantajoso para todos. “É motivante para pessoas viverem experiências diferentes; nossas estatísticas continuam sempre apontando para a variedade – se algum dos nossos mix de variedade são exercícios em casa, então tudo bem.” disse ela. 

Criada em 2013, a ClassPass ficou famosa por ajudar estúdios e academias a atrair mais alunos em turmas e horários que antes não eram tão cheios, ou mesmo, trazer mais popularidade e divulgar os locais.

 

6 – A Casper inicia processo para o seu IPO

 

A Casper, startup de colchões que revolucionou um mercado tradicional, deu entrada na papelada junto a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), na última sexa-feira, para fazer a sua oferta pública inicial (IPO).

Segundo o CEO da Casper, Philip Krim, a “economia do sono está crescendo, à medida que os consumidores gastam mais em bem-estar e se tornam mais conscientes da importância que dormir bem tem.” Ele ainda se compara a grandes players de outros segmentos. “O que a Nike fez pelos esportes, a Whole Foods fez pelos alimentos orgânicos, queremos fazer pela indústria do sono”, disse em entrevista à CNN.

A startup com sede em Nova York foi lançada em abril de 2014 depois de captar quase US$ 2 milhões em investimentos. A empresa que começou vendendo colchões em caixas pela internet, logo expandiu seu portfólio abrindo 60 lojas, onde os clientes podiam testar os colchões, além de adicionar a suas ofertas travesseiros, lençóis, cobertores, luzinhas e outros itens relacionados ao bem-estar noturno.

Se posicionar como “indústria do sono” foi uma bela sacada da Casper, fugindo de um restrito mercado de colchões. Ainda assim, analistas criticaram os documentos, que mostraram um crescimento de 20% ano a ano, o que é considerado pequeno. Além da questão de sempre: quando (e se) irá atingir a lucratividade.

 

7 – Startups começam a olhar com mais atenção para a lucratividade

 

O novo ano começou trazendo reflexões para o mercado de startups. O que antes pregava o crescimento massivo e desenfreado (já conhece o conceito de bootstrapping?

Falamos disso nesse episódio do podcast), agora parece se abrandar, uma vez que muitas empresas têm aprendido a olhar não só para o seu tamanho, mas sim para a sua lucratividade.
O Rappi mesmo optou por reduzir sua operação e demitiu 6% de sua força de trabalho, ou seja, cerca de 300 pessoas em toda América Latina. A empresa tem planos de fazer uma reestruturação principalmente investindo em áreas que julga mais estratégicas, como experiência do cliente e tecnologia.

Quem também faz cortes e reduções no quadro, como “parte de uma estratégia global para alcançar a sustentabilidade financeira”, é a startup americana Lime. A empresa de aluguel de patinetes elétricos chegou ao Brasil em julho de 2019 e, menos de um ano depois  anunciou que irá encerrar sua operação por aqui. Dentro das próximas semanas, os patinetes em São Paulo serão recolhidos (uma opção a menos para os “Faria Limers”). Já no Rio, isso deve acontecer ainda apenas daqui alguns meses.

O presidente Joe Kraus afirmou que a Lime “está confiante de que será a primeira companhia de mobilidade da próxima geração a ser lucrativa em 2020.” No processo, a Lime deixará de operar em 12 mercados (entre países da América Latina, como Colômbia e Argentina, e até algumas cidades americanas), e reduzirá em 14% sua força de trabalho global.

 

8 – As dores do crescimento

 

A Zume, startup do ramo alimentício, está sentindo as dores do crescimento rápido – e foi de grandes rodadas de investimentos à demissão de 80% do seu quadro de funcionários. A empresa chegou a receber um aporte de US$ 375 milhões do SoftBank, chegando a um valuation estimado de US$ 4 bilhões, e até pivotou seu modelo de negócio. Mas não adiantou. A história se repete cada vez mais no cenário encabeçado pela WeWork

 

9 – Programa Liberty Seguros

 

Você quer participar de um programa onde sua startup pode se tornar fornecedora ou parceira de uma das maiores empresas de seguros do mundo?

Se você quer ganhar visibilidade no ecossistema de startups e credibilidade por se tornar parceira de uma gigante multinacional de seguros, este é o momento certo. Porque…

O Programa Liberty Open Colab já está com as inscrições abertas

O Programa Liberty OpenColab é uma parceria da Liberty Seguros com startups. A oportunidade de você se relacionar diretamente com uma das empresas líderes do setor e criar uma solução inovadora de seguros.

Sua startup pode ser contratada como fornecedora ou parceira da empresa e o protótipo já iria iniciar os testes de mercado até março de 2020.

Você tem até o dia 13/12 para se inscrever. Por isso garanta sua inscrição antes que o prazo acabe.

>> Clique aqui para realizar sua inscrição

Para participar sua startup precisa ter os seguintes pré-requisitos:

— Estejam no estágio MVP (Produto Mínimo Viável) desenvolvido e validado;

— Também serão aceitas startups com produto ou serviço em operação no mercado;

— Startups de qualquer lugar do Brasil poderão participar;

—E a solução do seu negócio precisa ter relação a pelo menos um dos 5 desafios que mostraremos abaixo:

Desafios Liberty Open Colab

#1 Geração de Ação Preventiva e Preditiva para redução de sinistros

#2 Tecnologia para Automação de Processos

#3 Redução de Fraude

#4 Produtos para não segurados

#5 Meios de Pagamento

Se você possui uma ou mais dessas soluções, esse programa foi feito especialmente para você.

Quer saber mais sobre cada um dos desafios acima? Acesse a Página Oficial do Programa para saber mais de todos eles e sobre como participar.

Lembre-se: Aceitaremos inscrições só até o dia 13/12/2019. A Liberty Seguros avaliará todas as empresas até janeiro e vai se conectar e desenhar o Piloto Conceito já em fevereiro.

Clique abaixo para se inscrever até o prazo limite e ver todas as etapas depois da sua inscrição. Quanto antes se inscrever, mais tempo terá para se preparar para o grande dia.

>> Clique aqui para realizar sua inscrição

 

 

10 – O governo deve apresentar ao congresso um projeto para startups

 

Dentro das próximas semanas, o governo deve apresentar ao Congresso um projeto de marco regulatório para startups. Pelo menos foi o que o secretário do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse durante um evento do Lide nesta semana.

Um dos objetivos desse projeto é permitir que startups consigam se tornar sociedades anônimas (S/A) com menos dificuldades. Além de criar ambientes mais seguros e de proteção para investidores e cotistas. Um exemplo: permitir que as stock options sejam mais seguras, tanto para as startups quanto para quem as recebe. 

Ainda é um trabalho inicial de “desembarreiramento” para startups no país, mas que pode significar um grande avanço e facilidades na vida do empreendedor. Um porém: o secretário já avisa que não é um projeto que será aprovado no curtíssimo prazo. 

 

11 – É possível medir a inovação?

 

Assunto polêmico nas altas rodas corporativas. Quais são os KPIs dos projetos de inovação? E as metas? E, o pior: qual o ROI da inovação? Minha conclusão é que os executivos não conseguem mostrar que, de fato, estão trazendo resultados para a companhia – ou seja, inovando verdadeiramente. 

O board deve ter ciência que em projetos de inovação, acompanha-se o progresso e não os resultados financeiros gerados, tampouco o ROI – ainda que seja difícil se desvencilhar dele. 

Esses projetos devem ser analisados como um funil, com stage gates definidos pela evolução e validação das hipóteses à luz das métricas que façam sentido (demanda, canais de venda, retenção de clientes…). Isso deverá dizer se há progresso no projeto, se deverá receber mais recursos ou simplesmente se deve ser cortado do portfólio.

Segundo a ACE, dá sim, para medir a inovação, eles foram notícia no site da Exame com o Mynnovation, software que permite aos gestores o acompanhamento dos projetos. Por meio do sistema, gestores fazem a classificação dos projetos por horizontes de investimento, desde a inovação marginal até a mais transformadora, e acompanham seus progressos, incluindo as métricas mais importantes. Destaque para a ferramenta de Innovation Accounting, que realiza pontos de checagem para medir quais os indicadores de performance que a empresa tem para tomar as próximas decisões, reduzindo a incerteza da inovação.

 

12 – Quebrando records

 

Ainda faltam pouco mais de dois meses para o fim de 2019 e a previsão é que os números de Corporate Venture nos Estados Unidos batam todos os recordes de 2018. É o que aponta o Venture Monitor do Pitchbook, que também crava que os valores dos investimentos vai ultrapassar a barreira dos US$ 100 bilhões. Não só isso, devido ao aquecido mercado de IPOs, o valor de exits já foi bem além dos US$ 200 bilhões – o recorde até agora. Isso torna 2019 o ano de maior sucesso para empresas e fundos de venture capital. 

Somente no terceiro quarto deste ano, foram seis grandes IPOs – contra apenas uma grande aquisição que ultrapassou o valor de US$ 1 bilhão. Com isso, IPOs são responsáveis por 82% do valor total de exits. Novamente, um recorde para 2019.

Todas as informações você encontra aqui neste link. Mas já trago os highlights da análise abaixo.

  • Foram 185 mega deals até agora, o que já supera o total de 2018;
  • Em 2019, deals acima de US$ 500 milhões apresentaram um aumento considerável em comparação a anos anteriores;
  • US$ 3,2 bilhões é o valor do maior fundo fechado até agora, o TCV X, focado em empresas tech de serviços;
  • 8 dos 15 fundos americanos fechados em 2019 ficam no Silicon Valley, mostrando que a região ainda é o melhor local para startups. 

 

13 – Lá do Sul

 

Mais uma startup de Curitiba é destaque no noticiário esta semana, a Olist, que funciona como agregador de marketplaces para mais de 7 mil lojistas pelo país, recebeu uma rodada de investimento de peso: R$ 190 milhões. Liderada por quem? Ninguém menos que ele mesmo, o SoftBank – este é o nono investimento do fundo japonês no Brasil neste ano. Fundada em 2015, a Olist pretende, com o aporte, investir em novos canais de venda para conectar mais de 100 mil lojistas à sua plataforma nos próximos dois anos. 

 

14 – Lenha na fogueira

 

Em meio à “guerra tecnológica” entre China e Estados Unidos, Tim Cook, CEO da Apple, fez uma jogada perigosa. O executivo foi anunciado como o novo chairman do board da Tsinghua University School of Economics and Management, em Beijing. Isso acarretaria um contato intenso com autoridades do país e grandes executivos chineses. Vale lembrar que, na China, a Apple não é tão popular quanto em outras regiões do mundo. Por lá, a campeã de vendas de gadgets é, disparado, a Huawei.

 

15 – RH inovador

 

O RH está passando por uma nova transformação mais radical, baseada não só em tecnologia, mas também em mudança cultural. Diante disso, a ACE criou um report com os principais pilares dos desafios do RH, divididos em blocos temáticos como Cultura e Propósito, Transformação digital (você sabia que apenas 15% das empresas consideram alta a utilização de tecnologia em seus RH?), o RH ágil e a construção do RH moderno. Acesse essas informações e o levantamento exclusivo com 168 startups que atuam no setor neste link aqui.

 

16 – B2B Sales

 

No dia 10 de dezembro acontece o evento Ramp Up Tour 2019, dedicado ao mercado B2B digital. Startups referência no mercado, como Loggi, Nubank, Omie e Rock Content, subirão no palco para compartilhar suas experiências. Os cinco palcos trarão conteúdos sobre marketing, vendas, customer success, gestão e people. 

 

17 – Eu preciso vender minha startup?

 

Olha, na minha opinião, não precisa. Mas se quiser vender, tem quem queira comprar. O mercado anda aquecido para esse tipo de transação, com muitas grandes empresas e empresários vendo nas startups um bom investimento. 

Além disso, eu também costumo falar que o mercado de Venture Capital é como um casamento com data de divórcio. O investidor entra já pensando lá na frente, quando em algum momento a startup será vendida e dará o retorno. Essa indústria foi montada para a execução dos exits.

A ACE tem um bom conhecimento do processo, tendo já executado 14 exits. Da visão do empreendedor, é o momento de decisão de colocar um cheque bem polpudo no bolso – ou seguir em busca de escalabilidade e impacto. Por nossa experiência e proximidade com grandes empreendedores, sabemos que muitos não entram pelo dinheiro, mas sim pela relevância e a vontade de gerar uma mudança real. 

Por que alguém criaria uma startup? Dedicar muitos anos da vida por algo tão incerto? Muitos o fazem por um senso de realização, de propósito, ou pela obsessão por algum problema onde vê muita oportunidade. 

Para ouvir mais sobre o tema e os caminhos e opções de uma startup (spolier: não se resume somente ao exit), clique aqui para ler e ouvir!

 

18 – Festival de hardware

 

 

Preparados para um frenesi de gadgets made by Google? Esta semana, a big tech apresentou todos os novos hardwares que serão lançados no mercado nos próximos meses. Alguns, já com data definida de chegada ao mercado, caso do Stadia, combo de hardware e serviço por assinatura, que estará disponível nos EUA a partir do dia 19 de novembro.

Demorou, mas chegou a resposta do Google aos AirPods da Apple. Mínimos e no mesmo formato de caixinha, os fones wireless Pixel Buds custarão US$ 179, mas serão encontrados à venda somente em 2020. Já o Pixel 4, o celular “flagship” do sistema Android, chega ao mercado americano no dia 24 de outubro, custando a partir de US$ 799. O grande diferencial do modelo é a IA usada no software de imagens, que promete usar machine-learning para melhorar os cliques.  

Além disso, toda uma série de novos aparelhos para a casa da linha Nest, com seu serviço de câmeras de segurança, router e smart speaker. Todos com belos designs minimalistas. Veja todos os lançamentos aqui.

 

19 – Plano de saúde tech

 

Com o ecossistema de startups brasileiras ganhando robustez, surge uma nova categoria: startups que desenvolvem soluções para outras startups. Caso da Vitta, que viu na contratação de planos de saúde uma dor do mercado. A solução surgiu da necessidade dos próprios fundadores da Vitta (são oito), que enfrentavam uma grande burocracia e altos preços na contratação de seguros. Hoje, eles já têm 70 startups como clientes e outras ainda na fila. O modelo já atraiu investidores de peso, como Jorge Paulo Lemann, Armínio Fraga e Andre Street.

 

20 – Bíblia dos investimentos

 

Há 40 anos, Warren Buffett escreve uma carta aos acionistas da Berkshire Hathaway, que já se tornou leitura obrigatória para investidores pelo mundo todo. Nela, o magnata aborda desde estratégias de investimentos até a cultura do mundo corporativo. O CB Insights fez uma análise do documento e levantou os 24 pricipais pontos. Entre eles, tópicos como “compre ações como dono, não como especulador” e “ignore o sobe e desce dos valores das ações no curto prazo”. 

 

Textos de Pedro Weingertner

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