1 – De olho nas finanças
A fintech Olivia lança esta semana a versão oficial de sua plataforma para o Brasil. Fundada por dois brasileiros nos EUA, a startup oferece uma assistente financeira virtual que usa IA e economia comportamental para conhecer os hábitos de consumo das pessoas e promete auxiliá-las a gastar melhor seu dinheiro.O lançamento no país chega de modo concomitante ao anúncio de uma nova rodada de investimentos no valor de R$ 25 milhões, liderada pela carteira de investimentos do banco BV, acompanhada pela MSW Capital através do fundo BR Startups.
2 – As fintechs vão dominar o setor bancário
No ecossistema das startups, o termo fintech tem ganhado os holofotes, principalmente no Brasil. Mas, por que isso acontece? E, mais ainda, o que configura uma fintech?
Cada vez mais ouvimos falar de fintechs, de uma maneira quase viral. Mas o que são? São startups que oferecem crédito, marketplaces de crédito, meios de pagamento, e-wallets, cálculo de análise de risco, bancos digitais – toda uma sorte de atuações que fecham essa cadeia financeira. Por fim, é toda startup que se baseia em um modelo financeiro para se remunerar.
De rápida penetração, as fintechs ganharam um espaço considerável nos últimos 5 anos. Enquanto bancos tradicionais querem atender a todas as demandas de seus clientes, fintechs se especializaram em serviços específicos, numa espécie de movimento de unbundling. Resolvendo uma dor específica do cliente e se especializando naquele produto. O resultado, é uma melhora na experiência do cliente.
Com exceção Estados Unidos e China, que são outliers em qualquer segmento, o Brasil está bem colocado no cenário mundial, com um grau sofisticado de empreendedorismo. Essas boas histórias ajudam a fomentar nosso ecossistema.
E, falando nisso, já inscreveu sua startup no Batch 5 do boostLAB? As inscrições vão só ate dia 07/02.
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3 – Digitalizando 1
O C6 Bank acaba de atingir o marco de 1 milhão de usuários. Este é um marco para o banco digital que está há pouco tempo no mercado (a fintech recebeu a autorização do Banco Central em janeiro de 2019). Outro que tem novos números para comemorar é o Nubank, que atingiu a marca de 20 milhões de clientes. Os bancos digitais buscam seu lugar ao sol em um mercado que cresceu 147% no último ano, de acordo com o report que lançamos em parceria com o boostLAB. Aliás, você pode ler gratuitamente neste link.
4 – Digitalizando 2
A Ebanx, startup que alcançou o patamar de unicórnio em outubro do ano passado, lançou recentemente sua conta de pagamento digitais, chamada Ebanx Go, iniciando sua oferta de produtos para pessoas físicas. A conta digital terá um cartão físico e virtual com a bandeira Visa. Além disso, a Ebanx quer oferecer um cashback de 5% para compras realizadas em até 18 e-commerces e serviços digitais parceiros.
5 – As Fintechs merecem o ano de 2020
Porque finalmente havia alguém no mercado nos ouvindo. Finalmente alguém estava trabalhando para atender nossas novas necessidades…
E desde que surgiram, as Fintechs foram muito bem recebidas pelos brasileiros, por causa disso.
Finalmente as filas em agências não eram mais necessárias. Ainda nos ofereciam limites de crédito bem interessantes. E atualmente, elas multiplicam nosso dinheiro sem cobrar nada por isso.
Desburocratização e agilidade de processos era tudo o que a gente queria. Nem era pedir muito. E depois de muito tempo, um grupo de startups finalmente nos ouviu.
As Fintechs já estão muito além de focar só em nossas necessidades imediatas. Agora, elas contribuem de uma forma muito mais profunda conosco.
Um estudo inédito realizado pela PwC Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Crédito Digital, revela:
As Fintechs estão democratizando ainda mais a economia brasileira.
A juros bem menores do que encontramos nos bancos, emprestar dinheiro aos brasileiros se tornou o principal serviço oferecido por elas.
Produtos, serviços e experiências são cada vez mais acessíveis por conta disso… o que faz a economia brasileira girar.
Diferentemente dos bancos que se fecham nas crises…
As Fintechs topam emprestar dinheiro sem cobrar garantias (renda, bens, etc.) – quase metade das Fintechs de crédito (42 por cento) topam fazer isso.
E não é só o cliente pessoa física que pode aproveitar essas vantagens. Se você procura por taxas justas para financiar um empreendimento…
Comece sua busca pelas fintechs. Elas também estão atentas aos empreendedores que precisam de ajuda, e vão te dar opções que você não encontra em qualquer banco.
O que queremos mostrar aqui é o quanto as Fintechs, mesmo com pouco tempo de mercado, já estão fazendo pela economia do país.
Conceder créditos é uma ótima forma de manter a economia de um país aquecida. E por todo esse serviço prestado, dizemos que as fintechs merecem o ano de 2020 por 2 motivos:
– A Taxa Selic;
– O SoftBank.
Com a economia retomando, 2020 já teria tudo para ser o ano das Fintechs brasileiras. Mas existem outros dois motivos que vão impactar este segmento do mercado.
É um senso econômico comum cortar as taxas de juros para acelerar a economia. Pois quando isso acontece, tomamos mais crédito, com custos mais baixos, por prazos maiores. Consequentemente, compramos mais.
Hoje, o Brasil está com a menor taxa de juros da história…
Selic a 4,5 por cento ao ano é sinal verde para empreendedores tirarem seus projetos dos papéis. É mais um impulso para a economia.
E sabe onde esses empreendedores vão procurar apoio?
Nas empresas que oferecem crédito e dão soluções focadas nos interesses do consumidor, não em interesses próprios.
O que o consumidor final paga aos bancos supera a taxa de juros de 4,5 por cento por conta do spread bancário (diferença entre os juros cobrados e os juros pagos pelos bancos).
Os cortes nos juros não são totalmente repassados. Pois os bancos incluem suas despesas nas taxas.
E é aí que as Fintechs ganham vantagem.
Menores, mais tecnológicas e menos burocráticas, elas têm uma margem de negociação para taxas maiores, porque seus custos de operação são menores.
Portanto, podemos esperar que 2020 e a procura de crédito por empreendedores impulsione o crescimento das Fintechs.
Essa expectativa é tão real que a venture capital SoftBank já separou 5 bilhões de dólares SÓ para injetar em Fintechs da América Latina.
As Fintechs brasileiras já estão se preparando para competir por uma fatia desse bolo.
Apostas em Blockchain, Inteligência Artificial, Big Data e outras tecnologias já estão sendo feitas.
E aqui, queremos deixar uma dica valiosa para você:
Se sua empresa está no setor financeiro e pode ser afetada em alguma escala tanto pela Selic, quanto por investimentos de venture capital…
Este deve ser o ano determinante para o seu negócio. Positiva ou negativamente, dependendo do seu preparo, é claro.
Sendo assim, se você quiser extrair o máximo de aproveitamento de 2020 também, você não pode perder a oportunidade de garantir uma vaga no próximo FinTech Conference.
6 – XP investimentos
Após o IPO, especialistas são unânimes em afirmar que a XP tem uma posição única para capturar tanto o share dos grandes brasileiros, como uma nova leva de investidores que está saindo da poupança e procurando produtos mais sofisticados para investir. Há um alto potencial de crescimento já precificado, diz a equipe do UBS, que vê a ação sendo negociada a 71 vezes o lucro estimado para 2020.
7 – A revolução dos bancos digitais
Ainda nesta semana, lançamos o report A Revolução dos Bancos Digitais 2020, feito em parceira com o boostLAB, programa de potencialização de scale-ups do BTG Pactual. O conteúdo vem com os principais insights e players desse segmento que cresceu 147% no último ano no Brasil. Para ter acesso ao material completo gratuitamente, basta clicar aqui.
8 – Stone lança nova área de serviços
Nesta semana, a Stone lançou uma nova área de serviços financeiros: uma conta digital para os clientes que já utilizam as maquininhas de cartões. Os usuários poderão fazer transferências entre bancos, registrar folha de pagamento, entre outros serviços. A emissão de boletos é uma das próximas features que será lançada em breve. Tem um porém: diferente da maioria dos bancos, as transações serão pagas, a um custo de R$ 4 cada.
9 – Mais um unicórnio brasileiro
A Ebanx é o primeiro unicórnio fora do eixo Rio – SP, o que mostra um amadurecimento do ecossistema de outras regiões do país, como a região Sul.
Em 2019, a previsão de crescimento do faturamento é de 50% em relação ao ano passado e, mesmo com geração de caixa, entenderam que o investimento era necessário para acelerar o crescimento e a expansão pela América Latina. Colômbia é o próximo destino provável.
O reforço vem também no time, já que a equipe deve terminar o ano com o dobro de pessoas, cerca de 800 funcionários. Além disso, uma aquisição está prevista até o fim de 2019, focando a área de processamento de pagamentos locais.
10 – As 50 mais inovadoras da Fast Company
A Fast Company divulgou um estudo com as 50 companhias mais inovadoras do mundo, em todos os setores e segmentos. O ranking de 2019 traz desde empresas que já nasceram tecnológicas, como a Grab, até entidades mais tradicionais que se adaptaram ao novo contexto do consumidor, como Disney e NBA.
O roxinho brasileiro NuBank entrou na lista! (Conheça a história deles aqui)
#1 – Meituan Dianping
#2 – Grab
#3 – NBA
Lista completa aqui
11 – Como nasce um produto
A página da Nubank sobre design é um compilado de excelentes ideias e insights para quem empreende ou trabalha na área. Em um dos últimos posts, eles explicam passo a passo como foi o processo de criação da NuConta, o serviço que transformou a empresa, oficialmente, em um banco.
O texto mostra o quanto é importante investir tempo e cabeça no processo de criação de um produto e como tudo precisa estar fundamentado em bases sólidas. Não à toa, o primeiro tópico do texto é “Comece com o porquê”. Depois disso foi feito todo um trabalho de pesquisa de mercado e definição de personas até que se chegasse no produto definitivo.
Em breve, a empresa deve divulgar um segundo texto detalhando a etapa final, com processos como os testes de usabilidade e a implementação em si.
12 – Neon adquire a MEI Fácil
A fintech NEON anunciou a aquisição da startup MEI Fácil, que é especializada em serviços para microempreendedores individuais. A empresa ajuda a obter CNPJ, emitir nota fiscal, pagar guias de impostos e emitir boletos. O interesse do NEON está em dois públicos estratégicos: empreendedores que já se formalizaram, mas não são bem atendidos pelos grandes bancos e aqueles que ainda estão na informalidade.
Quem também em breve vai atender esse público é a startup Cora, com a proposta de ser um banco digital 100% focado em empreendedores, especialmente os pequenos. Fundada por Igor Senra e Leonardo Mendes (ex-Moip, vendida para a Wirecard por R$ 165 milhões), o projeto já recebeu cerca de R$ 5 milhões em investimentos.
Uma inspiração nesse segmento é a startup BREX, dos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, criada nos EUA em 2017 para emitir cartões de crédito corporativos para empreendedores. Em menos de dois anos de vida, a empresa se tornou unicórnio e já está avaliada em US$ 2,6 bi.
13 – Disrupção para levantar dinheiro
As fintechs vem mexendo muito com a lógica do sistema financeiro, seja utilizando tecnologias para facilitar processos que eram muito complicados (como mandar dinheiro para o exterior, por exemplo), seja questionando algumas premissas que eram muito fortes (como a cobrança de altas taxas dos clientes).
Mas de acordo com essa análise publicada na revista Entrepreneur, não é só a forma como as pessoas lidam com o dinheiro que as fintechs têm afetado. As empresas estão também entre as mais ousadas na hora de buscar alternativas para se capitalizarem.
São as fintechs, por exemplo, quem têm feito melhor proveito de iniciativas como os ICOs (uma espécie de IPO, só que com criptomoedas) e até mesmo o financiamento coletivo.
14 – Comprando cultura
O banco Goldman Sachs anunciou a aquisição da fintech Final por US$ 2 bilhões. Mais do que o produto ou a tecnologia (o Final é um cartão de crédito), o que atraiu o bancão para o negócio foi trazer para sua equipe gente com foco total nas necessidades dos clientes.
15 – Saiba o que é open banking e como isso mudará o mercado financeiro
Você já imaginou realizar transações de todas as suas contas bancárias em apenas um aplicativo?
Ou então escolher um produto de investimento ou previdência como escolhe um produto no supermercado, podendo comparar itens de diferentes marcas e fabricantes, em um único local?
Essa é uma das realidades possíveis com o Open Banking. Essa tecnologia permite a integração de dados entre diferentes sistemas, como bancos e fintechs, de forma mais automatizada e segura.
Isso porque os bancos podem controlar quais são os dados que os aplicativos terceiros terão acesso. Se for necessário digitar uma senha, poderá ser feito em uma tela do próprio banco, garantindo que o terceiro não terá acesso a ela, mas receberá as informações das quais precisa.
A expectativa é que essa tecnologia seja regulamentada no Brasil ainda neste ano, pelo Banco Central.
Thiago Alvarez, fundador e CEO da fintech de gestão financeira Guiabolso, traça um paralelo do potencial do open banking a um supermercado, no qual podemos escolher produtos de diferentes marcas em apenas um local.
A prioridade passa a ser o produto que mais se adequa às necessidades do cliente, deixando de priorizar a fidelidade que ele já possui com uma instituição financeira qualquer.
Com o compartilhamento de dados, a vantagem da instituição financeira única cai, porque todos atores do mercado terão acesso ao histórico do cliente – se é um bom pagador, por exemplo – e oferecerão taxas mais adequadas ao perfil de cada pessoa, mesmo sem o cliente nunca ter feito negócios com a instituição antes.
Recentemente, o Guiabolso realizou uma parceria com o Banco Original via open banking. Agora, clientes do banco poderão ter suas finanças analisadas pela fintech, mas o Guiabolso não possui acesso às suas senhas.
Além disso, o Guiabolso passou a recomendar produtos do Banco Original. A expectativa é que iniciativas semelhantes sejam adotadas por outras instituições. Esse é só o começo do que parece ser o futuro do sistema bancário.
Conversamos com Thiago Alvarez para entender mais o que é essa iniciativa, as perspectivas de regulamentação no Brasil e como está sendo utilizada em outros países. Ouça no Spotify, Apple Podcasts ou Deezer.
16 – Made in Brazil
A startup americana de cartões de crédito Brex, fundada por dois brasileiros no Vale do Silício, levantou ontem um novo aporte de US$ 100 milhões. Com a nova rodada de investimento, a startup passa a valer US$ 2,6 bilhões. O investimento foi liderado pelo fundo Kleiner Perkins e com a participação de antigos investidores da empresa como a DST Global, IVP, Y Combinator e Greenoaks Capital.
Investimento é sempre bem vindo, porém, Henrique Dubugras contou ao Techcrunch que ainda sequer usaram o dinheiro da rodada de investimento anterior. O objetivo aqui é a reprecificação para ajudar no recrutamento de novos funcionários.
Mas como abundância nunca é demais, Dubugras fez uma ressalva: “uma parte importante de uma fintech é estar bem capitalizado caso qualquer coisa dê errado”. Nesse caso, a Brex tá prevenida.
17 – Carteira virtual
A startup de pagamentos Code Money – que faz parte do portfólio de investidas ACE – lançou uma novidade nesta semana. Além dos serviços de pagamento com o uso de QR Code, agora os usuários da plataforma poderão também sacar os valores direta para suas contas correntes.
Textos de Pedro Weingertner