Devido ao advento da conectividade 5G, óculos de realidade aumentada (realidade misturada), nossa economia emergente de trilhões de sensores e uma poderosa IA, ganhamos a capacidade de sobrepor informações digitais em ambientes físicos – abrindo uma janela de oportunidades completamente inexplorada.
Imagine entrar em uma futura Apple Store e um avatar de tamanho real de Steve Jobs se materializa para lhe mostrar e fazer um tour pelos recursos mais recentes dos produtos. O Avatar de Jobs pode ser um exagero, pode até assustar, no entanto, com nada mais que um comando de voz, ele é substituído por texto flutuante (holográfico) – e uma lista de informações paira no ar à sua frente toda vez que você focalizar em um produto.
Ou, imagine que você vá pela primeira vez na casa da sua nova namorada, você ganharia muitos pontos se falasse: “Hoje o jantar é comigo”. Mas você não sabe nem fritar um ovo? Não entre em pânico, a inteligência artificial dos óculos de realidade misturada vai trazer uma receita para você assim que você mostrar para ela os ingredientes disponíveis. Ok, não seria a coisa mais honesta a se fazer? Concordo, mas depois você pode contar para a sua namorada e e acredito que isso vai render boas gargalhadas.
Através do seu histórico de pesquisa, os óculos podem lhe lembrar que, aquilo que você estava procurando na internet, tem em uma loja bem ali, do outro lado da rua.
Uma nova forma de oferecer produtos e serviços desponta no horizonte, quem dominar essa tecnologia, poderá oferecer esses produtos no momento mais propício para você (espero) ou no seu momento de maior propensão à comprá-lo (espero que não). Essas empresas ganhariam suas comissões por cada produto vendido através dos óculos.
A versão inicial dessa realidade já está disponível. Conhecido como “pesquisa visual”, o recurso está sendo oferecido, atualmente, por uma variedade de empresas.
Por exemplo, uma parceria entre o Snapchat e a Amazon permite que você aponte a câmera do aplicativo para um objeto e obtenha um link que mostre o produto em si ou algo semelhante, disponível para compra.
Enquanto isso, o Pinterest possui diversas ferramentas de pesquisa visual, como o Shop the Look, que pontilha todos os objetos em uma foto. Gosta do sofá? Clique no ponto. O site encontrará produtos similares à venda. Ou pegue o Lens, sua ferramenta de pesquisa visual em tempo real. Aponte a câmera do aplicativo para uma cena e o aplicativo irá gerar links para todos os produtos nessa cena.
O Google leva esse passo adiante. Lançado em 2017, o aplicativo Google Lens é um mecanismo de pesquisa visual geral. Faz mais do que apenas identificar produtos à venda; decodifica uma paisagem inteira. Você pode aprender o que quiser: o colapso botânico das plantas em um canteiro de flores, as raças de cães que brincam em um parque, a história dos edifícios que revestem uma rua da cidade.
E a IKEA levou as coisas mais longe. Ao usar o aplicativo de AR deles via smartphone, você pode mapear sua sala de estar em uma versão digital com dimensões exatas. Precisa de uma nova mesa de café? A tecnologia deles permite que você experimente diferentes estilos e tamanhos. Sua escolha gera um pagamento inteligente e, assim, uma mesa de café personalizada da Ikea entregue à sua porta. Precisa de ajuda para montar? Seu aplicativo de AR pode orientá-lo passo a passo.
Toda essa competição de busca visual acelerou o desenvolvimento, aumentando as taxas de adoção do consumidor. À medida que mais pessoas usam esses sistemas, mais dados são devolvidos à IA que os executa. No outono de 2018, esse ciclo de feedback levou as pesquisas visuais a um bilhão de consultas por mês.
Praticamente todas as marcas globais estão se preparando para um mundo de “apontar, disparar e fazer compras”. Mas poderia ficar ainda mais assustador.